terça-feira, 25 de novembro de 2008

Lembro da sua voz falando de mim, fazendo-me rir, seus olhos me construindo a imagem. Transforma-me. Pinta-me como a um pavão e me traz um suspiro. Lembro dos seus dedos e da sua força em mim. Canta-me um caminho. Insiste em mudar-me de planeta. Cuida da minha gripe como que cuidando, sem se dar por isso, da minha frieza. Já não sinto medo.
Que me importa se amanhã nada existe mais? Que me importa se os ventos levam os nossos olhares para outras direções? Que me importa se estranho é o meu jeito de amar?

sábado, 22 de novembro de 2008

Para brindar com pisco

Fico com seu cheiro, e como que embalada pelo meu presságio,
descanso no conforto da sua poesia. Me diz que não sou
estranha, conhece a textura da minha pele e sorri encantado
numa canção. Será que estávamos então combinados? Fala da
liberdade do meu espírito e me mostra os sons do seu. Acha
que vim de outro planeta. Não falo de mim, deixo que
orquestre o encontro. Escuto e observo. Tento compreender a
riqueza daquela horita. Leio seu corpo. Fotografa o meu.
Pára para devaneiar na luz que reflete nas minhas costas.
Entrelaces de pernas, um som andino vem da sala. Só há
presente. Tudo é estranhamente conhecido. Tudo é
estranhamente bonito...