terça-feira, 21 de outubro de 2008

GABRIEL

Menino bonito de língua atrevida
Um pontinho de luz
Manda notícias dos seus mais novos 1 metro e 23 centrímetros
Quantos deles eu perdi?

Enche nossas vidas de graça
Sorriso frouxo
Ainda te faltam dentes?
Corpinho de pato
ou será de pinguim?

Brincamos juntos nos meus sonhos
Ao acordar
Vejo que a brincadeira acabou
Estou longe da sua alegria

No friozinho dessa montanha
Sua lembrança é o cobertor da titia
ESPANTO:Perdi o encanto!
Menino, se eu te pego
Te levo para alguma esquina do mundo
e despejo em você o despero dos dias de abandono
Saí
Alí
Fui

Corri
Sorri
Caí

Aí,
Perdi a rima
reviro-me entre os fungos da minha memória
e te encontro encantado em frestas de pensamento
revivo o seu gosto
quem é você, ser de Leão?
que poder tens de me fazer abandonar a mim?
E lá ela está
partida a minha alma
a solidão me caça
depois de você
os ventos só passaram
seu furacão ainda bagunça a minha calma
desarruma minha ordenada prateleira de desgostos arquivados
acho-te em mim a todo tempo
te afasto do meu raio
mas teu espectro ronda ronda ronda
segundos de ilusão: pensei ter te esquecido
mas você vive em mim
como um parasita
já nada me trás nem me tira
nem mesmo o sono ou o fôlego
mas nada tira você de mim
e se eu me perguntar se existe amor
não tenho respostas
só as mesmas velhas dúvidas de antes
quando me deixei perder
para nunca me encontrar
nunca

domingo, 5 de outubro de 2008

e por me atraver a ser feliz, embarco no desconhecido...
sinto a sonoridade da existência em mil arrepios de vento que passa e o mundo vem até a mim e se mostra nú... e eu, humana, temo, mas não ha tempo. A entrega urge e diante de mim está um cardápio de sensações que os dias me oferecem. Provo-as! Trago para mim a inexplicação de tudo e deixo que em mim entre o novo...

sábado, 4 de outubro de 2008

Frio que entra nos ossos e assombra minha carência... pede um calor de você, que assim como chega se vai. De tarde, você se mistura com as cores do outono e a gente sorri, porque não há mais tempo nesse mundo. De noite, o calor dos lençóis dá lugar ao convite à solidão calendária. E eu olho para mim com olhar de névoa fria, e me sinto gelando. Olho ao redor: escuridão e seu cheiro. Amanhã, serei só eu novamente, inteira, sempre buscando.