quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Maya

eu sou aquele erro borrado, apagado, manchado e nunca

esquecido... eu sou o velho, o renovado, o constante nas

incostâncias constantes... eu sou o covarde vestido de

coragem... eu sou o que bem sei e esqueço e, ainda, aquilo

que inventei de aferroar na minha idéia de mente... maya?

bem que poderia ser...

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

pôr do sol

por do sol ruidosamente vermelho, nada além de um assombro. era ele tão desesperado que se fazia meu

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Rosa

rosa
voava
asa
posta
gastava
andava
e
ainda
gostava
do
seu
cheiro
descrito
em
prosa
mas
que
passou
com
a
rosa
ao
saber
que
ninguém
dela
gosta?
correria para brincar nas suas núvens e, em três tempos,

pre
ci
pi
to
-me toda

sábado, 12 de setembro de 2009

Ele faz de mim

ele faz de mim
frágil
[para assim ser

ele faz de mim
um i r - m e soturno
[e eu me desando nas graças de nossas melodias noturnas

ele faz de mim
asas
[para pintar-me mariposa de vôo escuro

ele faz de mim
altar dele
[e me desespera com a altura do pedestal

ele faz de mim
ponteiros seus
[e me ensina que sua alma não conhece relógio

ele faz de mim
Sua
[e eu confesso deixar-me ser...

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Porque era setembro

porque era setembro e seu estômago não cabia em si... porque
era setembro e a casa se arrumava, mas seu estômago a
mandava para outras direções... porque era setembro, e os
tantos outros setembros dele comiam o que ainda havia de
vontade dentro dela... porque era setembro e setembro traz o
vento frio de anúncio de outono e o vento manda voar...
porque era setembro, ela pensava em se ir e curar sua
úlcera...

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

cadê as letras grandes?

ao contrário, enfeitava-se dela mesmo. se recriava por fora para viver o que havia por dentro. menina voada em sonhos, repintou o seu pesadelo. viveu-o até exauri-lo, até expulsa-lo legalmente de si. a menina que não sabia usar letras maíusculas.

sábado, 29 de agosto de 2009

Lembranças de África


eles voavam sim e faziam meus sonhos voarem com eles

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

um suspiro
muita história
É que de súbito, o estranhamento me toma... Estranho o leito em que durmo, a luz que ilumina meu quarto, as roupas que visto, o frio no meu rosto, o dia de amanhã, os dias de ontem, o amor que a vida me regala, o brilho nos meu olhos, o espelho, as linhas no meu rosto, o meu cabelo, ser uma, ser só, ser dois, ser muitas, viver-te, devorar-te, ser devorada, meus sonhos, meus pensamentos, minha alma...

Crio-me, recrio-me, sou toda eu, sou toda amor, sou toda saudade e de tanto ser, sinto-me nada... Sinto-me em meio a um furacão de poeiras de brilhos e, em busca de abrigo, acabo por entrar no meu túnel de desentendimento... Sinto-me interrogação, toda ela, toda surpresa... E no meio disso tudo, deixo as reticências para o nosso amor que chegou sem mandar aviso nem pedir licença...

Pensando-te, conhecendo-te, vivendo-te, criando-te... Desguto o seu cheiro que toma meu estômago e aí promove um sopro de ares de menta, degusto sua pele na minha língua e fecho os olhos para sonhar seus detalhes, degusto o seu amor que me acalma os dias e me traz à alma um sol de verão da Bahia...

Que as reticências sejam o devir deslumbrante do nosso amor sentido e cuidado e assim possamos ensinar ao mundo como amar...

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

e esse amor me faz ser de novo caranguejo...
e pela minha angústia por provas, deito-me sem saída na alvorada de minha inexatidão
e olho para mim com olhar de compaixão... que me sequem as auto-interrogações que me corroem, venham a mim as exclamações, as reticências... Questionar também é sofrer... Se questionar é sofrer duas vezes...