sábado, 21 de julho de 2007

20 de Julho de 2007


Quero usar deste espaço para manifestar minha grande alegria em beber um morto. Como diz Gabriel (abaixo), dane-se a compostura, a moralidade, quero mais é comemorar a queda de um símbolo (nos cabe agora não deixar que esta coisa se transforme em um mito)!
Lembro de um sonho que tive no qual eu afogava o pobre com os meus próprios pés e sentia uma enorme felicidade nisso.
Ontem andava pelo Pelourinho e ia vendo aquela cena surreal (nunca imaginei que iria viver esse dia). As pessoas cheia de pesares, taxistas com faixas de luto, lojistas e restaurantes com faixa de luto, a igreja badalando o sino em tom fúnebre...Daria uma ótima etnografia do pesar. Não sei por que, mas lembrei tanto de Jorge Amado...Gostaria de ler uma descrição sua sobre essa cena... Uma mistura de beleza daquele clima fúnebre e ao mesmo tempo de uma completa cegueira. A mim causa uma indignação profunda - só me resta apelar para a justificativa da falta de esclarecimento da nossa população "tão sofrida" como diria o homem lá (que Sata o tenha)!
Por falar em beber o morto, grande foi a minha surpresa ao chegar ao velho Rio Vermelho e não ver a comemoração esperada, apenas duas tentativas tímidas de um grito mais que guardado e dessa vez efetivado, o velho: "eu eu eu ACM se fudeu". O que aconteceu com a nossa vontade de enterrar o carlismo e por um fim a uma era de autoritarismo, tirania, perseguições? O que aconteceu? Pesares? Timidez?
Enfim. Finda-se uma era. Espero que não comece outra com os resquícios deixados para aquela coisinha miúda!

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