segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

É que de súbito, o estranhamento me toma... Estranho o leito em que durmo, a luz que ilumina meu quarto, as roupas que visto, o frio no meu rosto, o dia de amanhã, os dias de ontem, o amor que a vida me regala, o brilho nos meu olhos, o espelho, as linhas no meu rosto, o meu cabelo, ser uma, ser só, ser dois, ser muitas, viver-te, devorar-te, ser devorada, meus sonhos, meus pensamentos, minha alma...

Crio-me, recrio-me, sou toda eu, sou toda amor, sou toda saudade e de tanto ser, sinto-me nada... Sinto-me em meio a um furacão de poeiras de brilhos e, em busca de abrigo, acabo por entrar no meu túnel de desentendimento... Sinto-me interrogação, toda ela, toda surpresa... E no meio disso tudo, deixo as reticências para o nosso amor que chegou sem mandar aviso nem pedir licença...

Pensando-te, conhecendo-te, vivendo-te, criando-te... Desguto o seu cheiro que toma meu estômago e aí promove um sopro de ares de menta, degusto sua pele na minha língua e fecho os olhos para sonhar seus detalhes, degusto o seu amor que me acalma os dias e me traz à alma um sol de verão da Bahia...

Que as reticências sejam o devir deslumbrante do nosso amor sentido e cuidado e assim possamos ensinar ao mundo como amar...

2 comentários:

Débora Cecília disse...

...

Sookie disse...

olá, vc escreve lindamente e esse texto em particular me tocou. Me autoriza a usar esse texto? claro q mantenho os creditos.
abraços